Ao escutar bossa nova I
- ayraokuzono
- 21 de jan. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 7 de fev. de 2021

Se escrevo, o faço por não ter mais outra coisa para abrandar. Compulsivamente, lanço palavras e mais palavras sobre qualquer lugar. Deságuo, finalmente, no mar! O mar é grande, me intimida, mas não paralisa. Que pulsão é essa? Por que não consigo parar? Se paro me arrependo, instantaneamente.
Escrever é trabalho. Engrenagem de uma máquina imensurável. Árduo enquanto ardo ao lapidar. Forja das palavras, que acabarão engavetadas, nessa mesinha de madeira velha.
Cinzas e mais cinzas se espalham pelo quarto, na beira da janela, embaixo da lua. A vida tem fim, a palavra escrita renasce. Ciclo infinito das finitas coisas do sentir.
Se sinto, o que posso fazer além de sentir? Já conheceu alguém que conseguiu parar?
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