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Ao escutar bossa III

  • ayraokuzono
  • 7 de fev. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 7 de fev. de 2021


Fonte: Tumblr

Escolhemos a tentativa de traduzir a tristeza, através da própria formação da palavra. Ambiciosos, inventamos o linguajar. Jovens descuidados. Anos além, incontáveis, nos deparamos com suas causas. Não podíamos só tela sentido? Sentido que a vida e nós, presos a condição humana, não temos. Dores imensuráveis, fizemos questão de pinta-las. Pensava-nos ser Dalí, Galdí ou Vincent.

Escrever é pôr-se a traduzir. Ofício que se aprende e não se desprende. Ingênuas meninas, com belos vestidos brancos de sedas, que flutuam no vento. O sol bate no papel rabiscado, que preferia ter permanecido em branco. Doces sons de ventos se escutam a beira da janela. Não se pode alcançá-los, nem a ela. Amarga bailara, que fuma sem pensar.

Desejos de chuva. Gotículas de imaginação. Ela, ainda, deve estar em hibernação. Acorda, linda! Vai a porta passar. Não fique mais jogada, se endireite. Sai para esse mundo, se põe a cantar. Chega de lastimar! Um olhar torto é dirigido a quem se pronúncia. Gélido, arrepiante, faz a espinha quebrar. Não tem nada a falar. Senta-se a beira da cama, colocando as solas dos pés em contato com o chão, mas não o sente. Ri, como quem não quer levantar. Ah, bailarina, como você é bela! Sua tristeza é de arrepiar.

Tristes, bonitas, fortes e ingênuas. Deliciosas meninas, a beira do luar.


 
 
 

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